
A Coordenação Regional de Cuidados Paliativos da Comunidade de Madrid e a Associação de Cuidados Paliativos de Madrid, em colaboração com La Caixa, estão a organizar para 22 de fevereiro de 2017 uma conferência sobre a identidade e a essência dos cuidados paliativos, por ocasião da celebração do 25º aniversário da existência dos cuidados paliativos na Comunidade de Madrid.
Apresenta-se como "Um espaço de encontro para os profissionais analisarem em conjunto o propósito último dos Cuidados Paliativos na Comunidade de Madrid, as possíveis mudanças produzidas na relação saúde-paciente, na família e na sociedade nestes 25 anos e procurarem uma identidade comum nos Cuidados Paliativos em Madrid".
Será realizado no auditório do Caixa Forum no Paseo del Prado 36, das 16h00 às 20h30.
Na sequência deste aniversário, os profissionais de cuidados paliativos da Comunidade de Madrid publicaram uma declaração de 14 pontos na qual se afirma o que são os cuidados paliativos, a quem se destinam e qual o papel dos profissionais que os administram.
DECLARAÇÃO MADRID-2017
DECLARAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE CUIDADOS PALIATIVOS DA COMUNIDADE DE MADRID
Por uma assistência que acolha a experiência do sofrimento do ser humano, no final da sua vida
1. Os profissionais de Cuidados Paliativos cuidam de seres humanos que sofrem de doenças avançadas ou em situação de fim de vida e dos seus entes queridos.
2. São pessoas com dignidade própria, cuja natureza engloba aspetos biológicos, psicológicos, sociais e espirituais.
3. O primeiro e principal objetivo dos Cuidados Paliativos é o alívio do sofrimento, experiência que se intensifica no final da vida, tanto no doente como nos cuidadores.
4. O paciente é o eixo principal das decisões. Por isso, devem ter acesso a informações verdadeiras, completas e compreensíveis sobre o seu diagnóstico, opções de tratamento e prognóstico, que os ajudem a tomar as suas decisões.
5. É papel dos profissionais de Cuidados Paliativos detetar, avaliar e abordar as necessidades do doente em todas as suas esferas enquanto ser humano e dos seus cuidadores, identificando e potenciando os seus próprios recursos para as enfrentar.
6. A resposta a estas necessidades requer uma equipa interdisciplinar, composta por, pelo menos, um médico, enfermeiro, psicólogo e assistente social.
7. Os Cuidados Paliativos não encurtam nem prolongam a vida, mas adaptam o tratamento à situação do doente.
8. Os Cuidados Paliativos reconhecem a morte como um processo natural da vida.
9. Os profissionais de Cuidados Paliativos acompanham o doente e os seus cuidadores no processo de doença e morte, com a atitude de prevenir e tratar o sofrimento evitável e acompanhar o sofrimento que não pode ser evitado.
10. As ferramentas fundamentais dos profissionais para realizar este trabalho são a CIÊNCIA, que exige uma avaliação rigorosa, rigor metodológico, experiência clínica e fiabilidade terapêutica, e a COMPAIXÃO, que permite perceber e compreender o sofrimento do outro, e nos incentiva a aliviá-lo.
11. Estas ferramentas podem ser ensinadas e aprendidas e devem ser incutidas na formação dos estudantes de ciências sociais e da saúde, na formação pós-graduada dos profissionais e na sua formação contínua.
12. Os cuidados paliativos não terminam com a morte do doente, prolongam-se no acompanhamento dos seus entes queridos durante o seu processo de luto.
13. Este acompanhamento das pessoas que sofrem implica também um esgotamento psicológico e espiritual para os profissionais, o que nos obriga a comprometer-nos com o autocuidado.
14. Os Cuidados Paliativos são um direito de todos os cidadãos que deles necessitam e é da responsabilidade dos governos assegurar o seu cumprimento.